quarta-feira, 7 de setembro de 2011
LIGEIRO BALANÇO DE VIDA
Tenho pensado muito na minha vida, nas escolhas que fiz, os caminhos que tomei. Em até que ponto permiti que outras pessoas entrassem nela, para o bem e para o mal...enfim...com a chegada de mais um aniversário, acho que é normal ter esses momentos de reflexão, essa espécie de "balanço". Minhas irmãs me lembram que eu sempre disse que minha vida mudaria depois dos quarenta e isso realmente aconteceu.. então, vejamos, acho que posso dividir a minha existência por décadas...até os 10, estudava, brincava, ajudava minha mãe com as tarefas de casa e a cuidar dos meus irmãos mais novos...e sempre que podia eu, fugia dessas responsabilidades...até os 20, minha vida não mudou muito, a nossa casa vivia sempre cheia de parentes, amigos, vizinhos...qualquer coisa era motivo para comemorar e fazer festa...
Entre os 20 e 30, mudamos de cidade...namorei muito, trabalhei em várias coisa diferentes, casei, tive filhos, abri uma firma, editei um jornal, comprei casa. meus pais se separaram. A crise veio,o desemprego, fechei a firma, passei adiante o jornal, vendi a casa e voltei para a minha cidade, com marido e filhos, para recomeçar do zero...dos 30 aos 40, me descobri mais forte do que poderia imaginar...fiz faxina, trabalhei como doméstica,artesã, cozinheira,vendi bolos em festas, aprendi a fazer bombons, voltei a costurar, abri um brechó...meu Deus !!! Os meninos crescendo e precisando de tudo...e eu me virando para dar conta..altos e baixos, no casamento...dívidas...mas sempre pude contar com o auxílio da família e de amigos...
Após os 40, filhos adolescentes, meu casamento foi agonizando, entre brigas e discussões, até que enfim, acabou...e eu de novo na estaca zero, recomeçando do nada...mas dessa vez, podia contar com os meus filhos, que me ajudavam no que podiam...minha vida foi então, só trabalhar, pagar contas, e chorar...acho que nunca chorei tanto, nas madrugadas vazias, enquanto os meus filhos dormiam, mas nunca na frente deles, nem de ninguém...nessa época me descuidei totalmente de mim, tomava banho, penteava o cabelo e vestia a primeira roupa limpa que encontrava...frequentei uma igreja evangélica, mas descobri depois de muito tempo que lá não era o meu lugar... fiquei doente, mas não procurei ajuda médica...com a ajuda financeira do meu pai, montei um pequeno negócio, onde servia lanches e refeições...mas meu pai morreu em seguida e eu não resisti...não consegui manter e fechei em menos de sete meses...fiquei triste e depressiva, cheguei em pensar em morrer.
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